Conversão das duas penalidades do jogo e alguns lances...
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Arões vitorioso com bis de Tiago e golo de Hélder.
RESULTADO:
Arões Sport Clube 3-1 Porto D'Ave
-Houve um penalti para cada lado.
A primeira vitória do Arões nesta segunda volta foi obtida em casa diante o Porto D'Ave, recorde-se que na primeira volta o resultado tinha sido um nulo entre ambas as equipas.
O primeiro golo da equipa do Arões resulta da conversão de uma grande penalidade por Tiago.
O golo do empate pelo Porto D'Ave também é fruto da conversão de um penalti.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Bancada no Parque Desportivo do Arões S.C.
A já há muito deseja bancada no campo de jogos do Arões Sport Clube poderá estar para breve uma vez que a remoção de terras já avançou e os alicerces já estão a ser preparados...
Na última assembleia geral da colectividade Pedro Castro, Presidente do Arões SC, garantiu que estaria para breve o avanço desta obra tendo facultado aos presentes uma amostra daquilo que será a futura bancada do clube.
Caso a obra se conclua é de enaltecer o esforço de todos aqueles que permitiram a realização da mesma, uma vez que esta é uma aspiração do clube há já muitos anos. Tendo em vista a melhoria do conforto dos adeptos da casa e todos aqueles que visitam Arões para assistir aos jogos realizados neste campo.
Amanhã no jogo em casa diante o Porto D'Ave possivelmente os adeptos não poderão usar o habitual acesso à bancada por este se encontrar em obras.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Uma Descrição de Arões em 1997. COIMBRA, Artur
COIMBRA, A. Ferreira, FAFE: A TERRA E A MEMÓRIA, p. 117-121, Câmara Municipal de Fafe, Braga ,1997, ISBN: 972-95027-9-X
SÃO ROMÃO DE ARÕES
Freguesia conhecida antigamente por Arõis, Arones, Aronis, Arõoes e Harões, tem no seu território o único monumento nacional do concelho, a Igreja Românica.
Para o cónego Arlindo Ribeiro da Cunha, o topónimo Arões provem de Ero Fernandes. Ero seria o fundador da villa que ainda hoje conserva o seu nome: (villa) Eronis > (Terra de) Arões.
A família Arões teria herdades nas freguesias de S. Romão e de Santa Cristina, segundo aquele estudioso.
O território de Arões está documentado em 1014 e o orago desta freguesia está já estabelecido em 1220: «De Sancto Romano de Aronis». Setenta anos depois, fala-se na «freguesia de Sam Romaom de Arõoes».
O monarca tinha o apadroado da igreja da igreja, sendo o pároco apresentado pela Casa de Bragança, que tinha aqui grandes rendas.
No séc. XVIII, havia uma capela de Nossa Senhora da Conceição.
Atrás da igreja, existe uma casa brasonada (Arrochela), hoje desabitada e em ruína, classificada como imóvel de interesse público e que formava com aquela um belo conjunto arquitectónico. Craesbeeck escreve que «aqui fica a quinta de Leirô, em que viveo Gaspar de Arrochella, en que fez morgado, e o filho de Nicolao de Arrochella», morador em Guimarães. Aquele autor referia ainda a quinta dos Crespos, de Fernando de Costa de Mesquita e de Pedro de Magalhães Vilela, que deviam ser relevantes para o meio. Foi proprietário da Casa da Arrochela o Morgado, Nicolau de Arrochela, mais tarde titulado de conde, distinção atribuída pela Rainha D. Maria II, em 1852, como recompensa pelo facto de o Morgado a ter albergado em sua casa (Palácio de Vila Flor), aquando da deslocação da rainha ao norte do país, nesse ano.
Em Arões, há apenas uma capela dedicada a Santo Antão, no lugar da Portela, datada de 1905. Antes, porém, já havia no local uma ermida e uma via sacra, referida por José Augusto Vieira, no Minho Pittoresco, nestes termos «… via-sacra de Santo Antão, que ao passar a Portella de Arões se levanta no outeiro sagrado, onde vem as procissões de duas freguezias homonymas» 182, de S. Romão e Santa Cristina.
Arões é também terra do tradicional pão de ló e doces regionais, além de artesanato característico (cestaria, artefactos de arame e madeira, objectos de mármores, etc.).
Associativamente, existem na freguesia o Arões Sport Clube, Agrupamento de Escuteiros nº 907, Grupo Folclórico da Casa do Povo (fundado em 1979 e que anualmente organiza o Festival Nacional e Internacional de Folclore do concelho), Orfeão e Centro para a Formação da Juventude (fundado em 1972).
Em 1996, foi inaugurado e entrou em funcionamento o Lar de Idosos Cónego Valdemar Gonçalves, ligado à Paróquia.
São seus lugares principais, Arrochela, Assento, Bouça, Bouçó, Carvalho, Devesa, Estalagem, Ferreiros, Fontelo, Lage ou Barreiros, Lameira, Oleiros, Outeirinhos, Outeiro, Penedo, Picadouro, Portela, Prelada, Quintã, Reguengo, Teixeiras, Torre e Venda.
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182 VIEIRA, José Augusto, O Minho Pitorresco, p. 579.
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182 VIEIRA, José Augusto, O Minho Pitorresco, p. 579.
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Derrota do Arões na Pica. Terceiro jogo sem ganhar...
texto/fotos:
Rui Silva (Arões SC)
Pica 2-1 Arões
Na deslocação aos vizinhos da Pica o Arões não foi feliz e desta feita
Depois de uma excelente série de conquistas positivas da equipa de Arões uma série "negra" abate os pupilos de Luís Gomes.
As equipas:
Arões SC:
1-Abreu
8-Vitinha (C)
6- Duarte Nuno
11-Beijinhos
10- Zézinho
9- César
7- Ibrahima
3- Piruta
4- Romeu
2- António
5- Tiago
Treinador: Luís Gomes
ACD Pica:
1- Fernando Jorge
27- Catita
33- Samu
23-Paulo Russo
50- Leandro
8- Raúl (C)
30- Fred
11-Murilo
7- Alvaro
18- Richa
17- Ismael
Treinador: Carlos Salgado
Arbitragem
José António Santos Silva
Auxiliares: José Sousa; José Carvalho
Substituições:Arões:
César » 61'' Vasco
Piruta » 70'' Ângelo
António » 80'' Raimundo
Pica:
Catita » 67'' David
Ismael » 74'' Pedro
Murilo » 84'' Vasco
GOLOS:
43'' Leandro (Pica)
50'' Ismael (Pica)
72'' Ibrahima (Arões)
RESUMO
ARÕES SPORT CLUBE
18ª jornada da Div. Honra AF Braga 2009/2010
Parque de Desportos da ACD Pica - São Gens -FAFE
Primeira meia hora muito a meio campo, com o Arões a partir daí assumir o jogo e a criar 2, 3 lances de ataque “planeado”.
6”_ Romeu remata fora da área, defesa fácil de Paulo Jorge.
8”_ 1º canto da partida e para o Arões, na “ressaca” Romeu remata frouxo, sem perigo.
11”_ Canto para Pica de onde nada saiu.
19”_ António ganha na área e já na linha de fundo cruza para trás, mas ninguém aparece.
23”_Num lance bem delineado do Arões, a bola é metida sobre a esquerda para António de primeira cruzar rasteiro para a área e Piruta na emenda não consegue fazer o golo.
26”_ 2 cantos para o Pica, mas em ambos a defesa do Arões a sair-se bem.
28”_ Amarelo Ibrahima
32”_ Canto para o Arões, António mete a bola ao 1º poste, Tiago chega ligeiramente atrasado.
34”_Livre sobre a esqª. César poderia ter inaugurado o marcador, mas a bola alofa-se na parte superior da rede.
35”_ Romeu na área frontal à baliza, já na área, não faz mais do que “madar a bola para as nuvens”.
38”_ Livre para o Pica, bola metida lá encima, mas Ibrahima sacode a bola.
43”_ Após a marcação de um canto a favor do Pica, abola sobra para junto do banco do Pica, balão para a área, dá a sensação de que há fora de jogo, e Leandro, perante o desamparado Abreu, faz o golo encima do intervalo. O juiz auxiliar do lado da bancada, nada assinalou.
45”_ Tiago ainda tenta chegar ao golo com um bom remate, mas Paulo Jorge estava lá.
2ª PARTE
48”_ Amarelo a César, não sei se por falta ou protesto.
50”_ Bola aliviada do meio campo do Pica para o meio campo Aronense, Ismael e Duarte Nuno, disputam a bola, com Ismael a dar um encosto a D. Nuno que esbarra-se em Fernando Beijinhos, que acorria ao lance. Ismael perante o novamente desamparado Abreu, faz o 2º para os da casa(Pica).
54”_ Amarelo a António que protestou um lance de passível Grande penalidade, após falta sofrida no interior da grande área do Pica. Mas o juiz do lado do banco do Pica bem posicionado, nada apontou.
Na sequência do lance, Romeu dirige-se com a mão na costas ao juiz da partida e este mostra-lhe o cartão Amarelo, para logo de seguida mostrar-lhe o 2º e consequente Vermelho. Também o Presidente Pedro Castro que havia entrado em campo para serenar os ânimos, foi-lhe ordenado que sai-se do banco.
61”_ César dá lugar ao avançado Vasco.
64”_ No seguimento de um cruzamento do lado direito, António cabeceia para a defesa tranquila de Paulo Jorge.
65”_ Amarelo Paulo Russo (Pica).
66”_ Um defesa do Pica intercepta a bola com a mão, mas o “Sr. Da Bandeira”, nada apontou, uma vez mais.
67”_ Entra David para o lugar de Catita.
68”_ Amarelo para Fred
70”_ Luís Gomes lança o jovem Ângelo para o lado esquerdo saindo Piruta.
72”_ Ibrahima, já em esforço, aproveita uma bola que sobrou, para fazer o golo do Arões.
74”_ Sai Ismael autor do 2º golo e entra Pedro.
79”_ Não estava Romeu, mas António põe à prova a atenção de Paulo Jorge, com este a segurar o esférico.
80”_ Sai António e Gomes lança Raimundo.
87”_ O lance que colocaria alguma justiça no resltado, Vasco (Arões) à entrada da pequena área com o defesa a dificultar-lhe a vida, não consegue dominar a bola e quando poderia igualar o marcador, só consegue ganhar mais um canto para o Arões.
Já nos minutos de compensação Ibrahima tentou de longe o segundo, mas não passou da intenção.
Final do jogo, os da Pica “eufóricos” com a vitória no derbi e a soma de mais 3 preciosos pontos e o Arões que tiveram o segundo com menos um atleta e cérebro do meio campo Aronense, esteve instalado no meio campo, e último terço do campo, saindo frustrados com todo o desenrolar d encontro.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Igreja Românica de Arões – “Jóia da coroa” do património local
COIMBRA, A. Ferreira, FAFE: A TERRA E A MEMÓRIA, p. 117-121, Câmara Municipal de Fafe, Braga ,1997, ISBN: 972-95027-9-X
Roteiro dos Principais Motivos Patrimoniais
« O único monumento Nacional existente em todo o concelho remonta ao século XIII, integrando-se no estilo artístico designado por românico, embora tardio, com diversas alterações à fábrica inicial, nos séculos mais recentes. Dessa época e escola artística, será igualmente a Igreja de S. Gens, de que restam apenas alguns elementos da traça original. De factura rude e simples, é um dos mais lídimos exemplares do românico do noroeste: as paredes fortemente maciças, a baixa altura do edifício, os arcos redondos, de volta inteira, a reduzida luminosidade interior. É um estilo artístico que coincide com a afirmação de Portugal como país independente, em plena Reconquista cristã, em que a segurança se assume como factor imperativo e a religiosidade inunda as almas por essas aldeias fora.
A Igreja Matriz de Arões, de pequena dimensão, reflecte o espírito religioso da época, a um tempo humilde e altivo. Talvez a população da freguesia, na altura, fosse exígua e daí a reduzida expressão arquitectónica do templo.Ao tempo da construção da igreja – e segundo a opinião fundamentada do falecido Cónego Arlindo Ribeiro da Cunha (44) – são os Arões, descendentes do fundador da villa, Ero Fernandes, que foi avô de Hermenegildo Gonçalves, marido da Mumadona, a fundadora do Mosteiro de Guimarães, os senhores privilegiados das principais herdades da terra. É sabido que as villas eram em geral designadas pelo nome do proprietário-organizador, em genitivo e conhece-se o nome do magnate que no século IX e X fundou a villa ou «mandamento Arones», ou Aronis.
Foi então Ero Fernandes (45).
A igreja inclui no tímpano lateral sul, lado da epístola, uma inscrição aberta em granito que contém dados importantes para a datação do templo. Arlindo Ribeiro da Cunha, não sabe se a inscrição está completa, mas consegue-se ler:
«Abbas.dõn.Goms. – E. M.CC.LXX.V Mense – Marcio, XX. II Die mensis. De – C. – archiepo. Dño. Silvestro».
Estamos assim perante uma inscrição em latim onde figuram dois nomes próprios e uma data. A data refere-se a 22 do mês de Março da era de 1275 (que corresponde ao ano 1237 da era cristã, dado medearem 38 anos entre os dois calendários). Os nomes da inscrição são os do abade de Arões D. Gomes (Martins) e do arcebispo de Braga D. Silvestre (Godinho). O C. que aparece entre a terceira e a quarta linha da inscrição será a abreviatura de consecrata. O final daquele será então: Consecrata (ecclesia) ab archiepiscopo domino Silvestro. O que quer dizer, «sagrada pelo arcebispo Dom Silvestre». Portanto, 22 de Março de 1237 será, muito provavelmente, a data da sagração do templo. Não está posta de parte, no entanto, a hipótese de a capela-mor da igreja ser muito anterior a essa data. A decoração em pontas de lanças do arco triunfal tem semelhanças com idênticos elementos existentes no pórtico principal da Sé de Braga e na Igreja de S. Pedro de Rates, ambas edificadas no inicio do século XII (46). 1237, será portanto, a data da conclusão e sagração da encantadora igreja, cuja construção poderia ter decorrido desde o século anterior.
Ao longo dos anos, este Monumento sofreu diversas alterações que o desfiguraram de alguma maneira dos mais característicos elementos que o constituíam primitivamente. Conhecemos a Igreja de Arões de hoje e temos elementos informativos para saber como ficou no final do século XVIII. Como era até aí, apenas podemos depreender.
Era um templo pequeno, robusto, com escassa luz, sem torre sineira e sem sacristia. Teria, como tem, uma nave apenas e a capela mor, separada por um lindíssimo arco triunfal, decorado.
No principio do século XVIII, em 1726, o vimaranense Francisco Craesbeeck escrevia que a igreja de São Romão de Arões he abbadia do Padroado Real (…) He seo abbade o Padre João Coelho de Barros. Tem sacrário, mas não tem camppas com letreiros, e tem filial a cappella de Nossa senhora da Conceição (…(47) ).
Na época barroca, o enriquecimento do país e da região, fruto em grande parte da revolução do milho, o aumento demográfico e as novas exigências do culto religioso advenientes da Contra-Reforma, têm como consequência a construção de torres sineiras, bem como a criação de espaços para a guarda das alfaias das confrarias, além da abertura de janelas para entrar luz. Aconteceu isso no nosso concelho, e entre outras, com a Igreja de Santa Eulália, que ganhou duas torres laterais e com as igrejas de Armil e de Cepães, estas no início do século XVIII.
A igreja do S. Romão de Arões não fugiu à regra e foi objecto de obras de vulto no último quartel do século XVIII(48) . Em 26 de Maio de 1777, as seis confrarias residentes na Igreja de Arões (Santíssimo Sacramento, Santo António, Santo Nome de Deus, São Sebastião, Almas e Nossa Senhora do Rosário) contrataram, pela quantia de 69$000, com o mestre pedreiro local Miguel Pereira de Carvalho, do lugar da Torre, a obra de construção do novo «cofre», uma espécie de sacristia, espaço coberto ligado à igreja e que serviria para guardar os bens e pertences das confrarias e que seria localizada junto à parede lateral norte da capela-mor. Foi aí prevista a abertura de uma fresta de 17 palmos de comprimento por 15 de largo, para entrada da luz. Anos depois, em 17 de Setembro de 1786, a confraria do Subsino mandou executar uma torre sineira, ao mestre local João Nogueira, pela quantia de 96$000.
A torre teria dois sinos, rematados por um pequeno «monte», ladeado por duas pirâmides impuras, formadas por uma bola onde se sobrepunha um pequeno cone. Em 27 de Maio de 1787, foi celebrado mais um contrato, este para a execução de novas obras na igreja, concretamente, a trato, este para a execução de novas obras na igreja, concretamente, a abertura de um janelão na fachada principal. Era a propósito de iluminar o interior do templo, segundo os cânones das Constituições Sinodais de 1637, que determinavam que nas igrejas deveria haver «luz bastante» para que os actos litúrgicos se pudessem realizar convenientemente.
Já neste século, no final dos anos 40, a Igreja Românica de Arões foi objecto de obras de restauração e «depuração», relativamente aos «excessos» das obras oitocentistas. Foi a Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais que levou a cabo as obras que consistiram, basicamente: no apeamento da torre sineira construída no século XVIII e construção de uma outra, de menor vulto, mais conforme com a feição do monumento e diversamente situada; apeamento da grande janela com que fora substituída, na fachada principal, a fresta primitiva e reconstituição desta, mais de harmonia com as da época; demolição da sacristia junto da parede lateral norte da capela-mor, recomposição da parede e reabertura das suas duas antigas frestas; demolição total da parede que, modernamente, havia sido edificada ao fundo da capela-mor, com o fim de ampliar a respectiva planta e reconstituição da parede primitiva, sobre os alicerces medievais; consolidação do arco triunfal; recomposição geral da capela-mor e construção de um altar de granito, substituindo outro sem valor que havia substituído o que ali fora colocado na época da fundação; construção de um novo pavimento de lajes e de alguns degraus, no interior da igreja; reconstrução de várias frestas; reposição de alguns dos cachorros que adornam a cornija exterior; arranjo da nova sacristia, instalada no anexo existente entre o campanário e a parte externa da fachada norte; recomposição de todo o adro; substituição dos telhados; reparação geral do tecto de caixotões decorativos que recobre toda a nave; construção de nova escada de acesso ao coro e reposição dos altares laterais, junto ao arco triunfal.
Tratou-se, no fim de contas, de repor a possível situação arquitectónica medieval, descontado o campanário que veio do séc. XVIII.
Para o visitante dos nossos dias, aquele monumento apresenta diversos motivos de interesse. Exteriormente, na frontaria austera, o arco de volta inteira e o Angus Dei a encimar a porta principal; na fachada lateral sul, e no tímpano da porta, a interessante inscrição a que acima se fez referência; na cornija, o conjunto de cachorros com motivos diversificados. Já no interior, o arco triunfal de acesso à capela-mor é esplendoroso; é magnífico o tecto de caixotões; são belíssimos os retábulos dos altares laterais da nave, de apreciável valor histórico e iconográfico. Podem ainda apreciar-se vestígios de uma pintura mural de grande interesse.
Todos esses factores terão contribuído para que o Governo tenha classificado o imóvel como Monumento Nacional, em 1927 (Decreto 14 425, de 14 de Outubro).
Vale sempre a pena uma visita demorada ao templo de linhas sóbrias mas cativantes que é hoje como que a «jóia da coroa» do património local. »
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(44) CUNHA, Arlindo Ribeiro da Arões e a sua Igreja, Braga, edição do autor, 1950. Este livro surgiu como reacção ao volume nº 59 do «Boletim da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais», sobre a Igreja de S. Romão de Arões, publicado em Março do mesmo ano. Justificação para o livro do Cónego Arlindo, cujo fito é contribuir para esclarecer as origens históricas da terra de Arões: «Aquilo (o Boletim), no ponto de vista histórico, é lastimoso. Não temos ali uma única notícia exacta e documentada. Unicamente afirmações tão peremptóreas como falhas de verdade objectiva. (…) Não quis se dissesse que a todos os leitores do Boletim, até aos da terra do monumento em estudo, se pode impingir gato por lebre, e é essa a única razão do presente trabalho» (p. 10).
(45)Ibidem, pp. 20-21. Como é que Ero dá Arões? Responde o Cónego Arlindo: (villa) Eronis > (terra de) Arões. «A explicação da passagem de Eronis a Arões não oferece dificuldades de monta. É normal a passagem a a do e junto do r e, quanto ao final da palavra todo o mundo sabe que leones deu leões» (p. 22)
(46) É ainda a opinião do Cónego Arlindo Ribeiro da Cunha. Ibidem, nora (2) da p. 43.
(47) CRAESBEECK, Francisco Xavier da Serra, Memórias Ressuscitadas da Provincia de Entre Douro e Minho no Ano de 1726, vol. I, Ponte de Lima, Edições Carvalhos de Basto, Lda., 1992, p. 234.
(48) Estas obras foram estudadas por Eduardo Pires de Oliveira, no seu texto «A Igreja Matriz de São Romão – Fafe e as suas alterações de arquitectura no séc. XVIII», publicado na obra Actas das Primeiras Jornadas de História Local…, pp. 335-365. Seguimo-lo de perto nesta parte da matéria
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